Artigo Vocacional 002
HISTÓRIA DA IRMÃ DOLORES – 95 ANOS
IRMÃS MISSIONÁRIAS DO SANTO NOME DE MARIA
Irmã Dolores presenciou a 2º Guerra Mundial em 1939, pois havia nascido no ano de 1926. Em seu relato de história vocacional, ela começa falando que conheceu as Irmãs Missionárias do Santo Nome de Maria, por meio de uma irmã que ia de bicicleta no sítio onde ela morava, ela viu esta irmã e se encantou com ela e com o seu jeito de andar de hábito preto na bicicleta. Ela se apresentou ao fundador da Congregação na Alemanha oriental quando ele fazia visita em preparação para a crisma nas paróquias, e como havia diásporas, os cristãos estavam dispersos ele se hospedara na casa das Irmãs em “bitsu” Alemanha oriental. Ela nos fala que o fundador era muito espontâneo e ela se assustou porque o jeito dele era muito simples, porque os outros bispos ela tinha que fazer reverencia e ele não era assim ela conta que ele disse: “senta aqui, o que você quer? porque não quer casar?” e ela disse: “o casamento enjoa a gente e eu quero ser Irmã!”
Irmã Maria Dolores, contou ao bispo que veio do estrangeiro, de uma cidade chamada Tchecoslováquia. Depois ele falou para ela: “Do jeito que você é pode vir para entrar na Congregação”. Então ela disse aos seus pais que iria ao convento, e então os pais ficaram na Alemanha Oriental e ela foi rumo ao seu sonho junto com uma Irmã atravessando o rio e o mato para ir na Casa Mãe onde ninguém sabia que ela estava indo, como não tinha dinheiro a Irmã pagou sua passagem inicial de trem e quando o cobrador vinha ela ia ao banheiro, disse ela rindo, mas chegou na Casa Mãe toda suja como ela mesmo diz: “como gato no saco”. Ao chegar ninguém a conhecia e ela contou como foi seu percurso, então lhe deram roupas de postulante para que ela pudesse se lavar e se vestir e a colocaram em um quarto onde ela ficou sentada esperando para ver o que iria acontecer, pois a formadora das noviças e a Madre Geral não se encontrava ali naquele momento, quando a Madre Geral chegou deram-lhe um vestido preto uma blusa e um véu na cabeça, ela chegou em junho e as postulantes já tinham feito sua entrada pois já estavam lá desde abril. Assim relata ela: “fiquei postulante sem querer quase”, ela estava na idade de vinte e um anos. O processo foi de nove meses de postulantado e dois anos de noviciado. No primeiro ano do noviciado (ano canônico – onde se fica em um lugar para aprender as coisas da congregação) e o segundo ano prático (já podia ir para a missão) os grupos eram grandes: em um haviam dezesseis jovens e no outro grupo vinte jovens. Sua primeira profissão religiosa foi em 1950, com vinte e quatro anos.
Na sua entrada ao noviciado das Irmãs Missionárias do Santo Nome de Maria, os seus pais vieram para acompanhar a celebração, neste tempo a superiora geral era a Madre Maria Thereza e a mestra das noviças era a Irmã Maria Fabíola. Ela teve várias colegas na formação e uma delas é Irmã Maria Johannita (96 anos) que está junto com ela atualmente morando no Lar Rainha da Paz, na cidade de Maringá –Pr.
Após ouvir seu relato fiz também algumas perguntas para ela:
1) O que a senhora acha que está acontecendo que não tem mais tanta procura para a vida religiosa?
Ela me disse: “O pessoal não reza mais, não se prepara mais e o casamento parece ser a única solução”.
2) O que a senhora diria para uma jovem que quer ser religiosa na atualidade?
“Perguntaria se ela não quer casar? E que ela deveria rezar bastante, cuidar da sua vida, aprender tudo o que é possível antes, porque depois é mais difícil”.
Para concluir nossa entrevista considerando que ela já tem mais de 70 anos de vida religiosa consagrada, deixa-nos esta indicação:
“Para ser uma boa Irmã na vida religiosa consagrada tem que ter uma inclinação para amar a Deus, para se sacrificar pelos outros, ser capaz de viver sem um homem e ser livre.”
Noviça Kelly Belfiore
Cong. das Ir. Mis. do Sto Nome de Maria