Artigo 037
Pitágoras, que viveu aproximadamente entre os anos 570 – 495 antes de Cristo, era filósofo e matemático, dizia esta grande verdade: “QUEM NÃO DOMINA A SI MESMO NÃO ENCONTRA A LIBERDADE”.
Ontem ao ir fazer pequenas compras para minha hora e quintal, atravessei a principal praça aqui de Lages. Como havia diversos pais, mães, avôs e avós que tinham levado seus filhos ou netos para brincar nos parquinhos da praça, parei por um tempo para observar “QUEM ESTAVA NO COMANDO” do permitido ou não, decidir onde podia subir e onde era perigoso, onde correr e onde não, hora de ir embora, etc.
Para uns 4 adultos acompanhantes fui dar os parabéns, pela forma que deixavam liberdade, mas “LIBERDADE” orientada, com respeito, com diálogo, com amor mas com firmeza, sendo OUVIDOS E OBEDECIDOS PELAS CRIANÇAS.
Vi também outros pais, mães, avôs e avós, que já não têm mais o “controle crianças”, onde era visível que falar ou não, orientar ou não, era a mesma coisa. Quem decidia eram elas, as crianças, mesmo pequenas e que corriam, subiam, desciam, ainda sem a devida noção de perigos. Vi por exemplo, 2 meninos, talvez no máximo de 2,5 a 3,5 anos atravessando a praça numa corrida e logo um outro ainda menorzinho correndo atrás. Chamar, a mãe, ou responsável, chamava de volta, … mas que nada, eles continuaram a mãe teve que correr atrás e quando os alcançou, foi aquele choro, aquela birra.
O mesmo grande “educador” Pitágoras também já dizia há 500 anos antes de Cristo: “EDUQUE AS CRIANÇAS E NÃO SERÁ NECESSÁRIO CASTIGAR AOS HOMENS”.
Já tendo passado um tempo lá parado em observação e, tendo que ir embora porque ainda tinha outros afazeres em casa, também vi que havia pais ou responsáveis que carregavam as mochilinhas ou pertences que as crianças já eram capazes de elas mesmas carregar. Evidente que nesta atitude, que a primeira vista poderia simbolizar, amor e cuidado, se visto sob o olhar de um educador que queria educar para a responsabilidade e liberdade, poderia simbolizar um “erro” porque também o mesmo Pitágoras nos ensina que temos que “AJUDAR OS OUTROS COM A CARGA, MAS NÃO A CARREGAR NO LUGAR DELES”.
Evidente que para cada idade da criança, devem se repassar a elas o que elas já podem fazer por si mesmas, ajudar sempre, mas fazer o que elas já são capazes, acomoda, faz elas se sentirem com todos os direitos e sem nenhuma, ou poucas obrigações. Tornam-se assim o “centro do mundo”, sentindo-se “senhorzinhos e senhorinhas” da casa, colocam-se no comando e todos lhes devem “obediência.
QUEM NÃO ENSINA AS CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS A CONTROLAR SEUS DESEJOS, IMPULSOS, ÍMPETOS E VONTADES, FATALMENTE CRIARÁ FERAS HUMANAS, ENTREGUES À VIOLÊNCIA E ESCRAVAS DE SI MESMOS.
Da família isso passa para as creches, daí para as escolas e depois, mais tarde, a sociedade paga preços muito altos, porque criamos ETERNOS DEPENDENTES. Temos marmanjões com mais de 25, 30 ou mais anos que ainda vivem às custas dos pais ou avós; temos adultos infantis que não conseguem conduzir a própria vida, definir-se por algo, sempre inseguros e indecisos, ou “IMPERADORES” que, sentados em seus tronos, só sabem exigir, ordenar, mas FAZER O QUE É BOM, não dobram um dedinho sequer.
A SOCIEDADE TEM OS ADULTOS QUE EDUCOU OU DESEDUCOU.
LIBERDADE é uma conquista e uma construção que se consegue passo a passo e com muitos “SIM” e também muitos “NÃO”. Nem só “SIM” nem só “NÃO”. Onde não se colocam limites, educação não existe e liberdade será sinônimo de anarquia onde muitos sairão prejudicados.
Talvez tenhamos passado de gerações do TUDO PROIBIDO para uma geração DE TUDO LIBERADO. Lembrar que o pêndulo pode balançar para a direita e para a esquerda, mas o equilíbrio e repouso está no meio. ENTÃO, EM TUDO, O BOM SENSO.
+ Guilherme Antonio Werlang
